O Maracanã

Jogos Inesquecíveis

Jogos inesquecíveis


Brasil 1 (5) x (4) 1 Alemanha

Brasil ganhou o Ouro inédito na final dos Jogos Olímpicos Rio 2016.


2016

A peça que faltava no quebra-cabeça não falta mais. A medalha cujo espaço estava guardado há tanto tempo, enfim, está lá. A seleção de futebol mais vitoriosa do mundo, após muitos anos, conquistou o único título que ainda não tinha. Na noite de 20 de agosto de 2016, o Brasil ganhou a medalha olímpica de ouro no futebol. E não havia lugar mais perfeito para esse feito do que o Maracanã. Com mais de 63 mil pessoas. Vestido de verde e amarelo. Explodindo quando a bola tocou a rede na cobrança de pênalti de Neymar que decidiu o jogo.

Sim, precisou ir até a disputa de penalidades máximas. Não poderia ser fácil, né? Especialmente para um grupo que foi bastante questionado no início da campanha. Afinal, foram dois empates contra equipes de pouca tradição no esporte, a África do Sul e o Iraque. Depois, veio um 4 a 0 sobre a Dinamarca, para lavar a alma e embalar a Seleção para a fase final do torneio. Primeiro, 2 a 0 na Colômbia, em São Paulo, nas quartas. Aí foi a vez de vir para o Rio. Um sacode sobre Honduras, 6 a 0, na semifinal, e a final contra a Alemanha.

A mesma Alemanha, que fez aquele 7 a 1 sobre a gente na semifinal da Copa de 2014, em pleno Mineirão. Obviamente, não era literalmente o mesmo time, porque tratava-se de uma final olímpica, com seleções sub-23, mas é claro que criou-se um sentimento de revanche. E quando eles começaram o jogo metendo três bolas na trave, bateu em todos os brasileiros, no Maracanã ou pela TV, a preocupação. Será que perderíamos outra decisão no Maracanã? Será que a Alemanha seria nossa carrasca como na Copa? Será?

"Eu tô aqui!"

Não! Hoje não, hoje não, hoje não mesmo! O "menino Neymar" não iria deixar. Passado o susto inicial, o Brasil começou a jogar como Brasil. Tocando a bola, dominando as ações ofensivas e impondo seu estilo de jogo. Até abrir o placar. E de bola parada, curiosamente. Movimentando-se o tempo todo, o camisa 10 da Seleção foi caçado em campo. E, em uma das muitas faltas que sofreu, aos 26 minutos, chamou a responsabilidade, pegou a bola e...

Gol do Brasil! Em cobrança magistral, tirou qualquer chance de defesa de Horn e ainda viu a pelota tocar de leve no travessão antes de quicar no chão e morrer no fundo da rede. Na comemoração, ainda lembrou dois outros ícones dessa geração do esporte: mandou a tradicional frase de Cristiano Ronaldo ("Eu tô aqui") e a pose de "Raio" de Usain Bolt. Que explosão de felicidade no Maraca! Brasil 1 a 0, fim do primeiro tempo e a nossa tradicional confiança de volta.

Só que veio o segundo tempo. A Alemanha voltou melhor e Meyer, num chute rasteiro, empatou aos 14 minutos. A Seleção retomou o controle do jogo, criou mais, porém perdeu muitas oportunidades. Ao fim do tempo normal, 1 a 1. Placar que se arrastou pela prorrogação. Cansaço. Exaustão. No campo e na arquibancada. A tensão tomava conta a cada minuto que passava, pois aumentava a certeza de que viria a temida disputa de pênaltis.

Na primeira cobrança, gol da Alemanha: Ginter.

Renato Augusto empatou logo em seguida.

Weverton quase pegou, mas Gnabry bateu bem e fez 2 a 1.

Marquinhos, perfeito, empatou.

Brandt, com categoria, recolocou os alemães na frente.

Rafinha voltou a empatar: 3 a 3.

Weverton acertou o canto, mas Süler balançou a rede: 4 a 3.

Só que o brasileiro não desiste nunca, né? Luan deixou tudo igual.

Aí veio Petersen. Só que dessa vez não foi quase. Weverton acertou o lado e defendeu.

Cabia a Neymar a responsabilidade do último pênalti. "Só" fazer e garantir o ouro.

E fez.

Ele tava aqui. O Rio de Janeiro tava aqui. O Brasil inteiro tava aqui. E todos saíram ainda mais felizes do que entraram. Todos saíram, enfim, pela primeira vez na história, campeões olímpicos do futebol masculino.

Brasil vs Alemanha
  • Ficha Técnica
  • Brasil 1 (5) X (4) 1 Alemanha
  • Local: Maracanã, no Rio.
  • Público: 63.707 espectadores.
  • Árbitro: Alireza Faghani (IRÃ).
  • Cartões Amarelos: Zeca, Gabriel Barbosa, Selke, Sven Bender, Suele, Proemel.
  • Gols: Neymar, aos 26 minutos do primeiro tempo; Meyer, aos 13 do segundo. Pênaltis: Renato Augusto, Marquinhos, Rafinha, Luan e Neymar marcaram para o Brasil; Ginter, Gnabry, Brandt, Suele para a Alemanha. Petersen perdeu.
  • Brasil: Weverton; Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio e Douglas Santos; Walace, Renato Augusto e Luan. Gabriel Barbosa (Felipe Anderson), Neymar e Gabriel Jesus (Rafinha). Técnico: Rogério Micale.
  • Alemanha: Horn; Klostermann, Suele, Ginter e Toljan; Sven Bender, Lars Bender (Proemel) e Meyer; Brandt, Selke (Petersen) e Gnabry. Técnico: Horst Hrubesch.

Alemanha 1 x 0 Argentina

Final da Copa do Mundo FIFA 2014 coroou ótima geração alemã.


2014

Quando o jovem Mario Götze, aos 7 minutos do segundo tempo da prorrogação, bateu cruzado e estufou a rede de Romero, a história do futebol era escrita - mais uma vez - no gramado do Maracanã. Naquele 13 de julho de 2014, diante de um público de mais de 74 mil espectadores, a Alemanha sagrava-se tetracampeã mundial de futebol, ao vencer a Argentina, de Lionel Messi, por 1 a 0. Resultado que coroou uma campanha invicta, com um futebol bonito e uma relação de grande afinidade com o público local.

Durante todo o período em que esteve no Brasil, a Alemanha se aproximou muito dos brasileiros. Hospedada em Salvador, na Bahia, fez a festa de crianças locais. Sua fornecedora de material esportivo fez um segundo uniforme em vermelho e preto, para homenagear o Flamengo. Um de seus jogadores, Podolski, começou a se comunicar em português com os fãs nas redes sociais. E, dentro de campo, o que se viu foi um futebol ofensivo, com trocas de passes eficientes e lances de efeito que lembravam as melhores gerações brasileiras.

Tanto que nem mesmo a pior derrota da história do nosso futebol, na semifinal, quando os alemães derrotaram a Seleção por 7 a 1, fez com que os brasileiros deixassem de torcer para eles. É claro que todos queriam de Brasil x Argentina na decisão. Seria épico. Mas já que não foi possível, parece que a maior parte dos torcedores do nosso país abraçou nossos algozes. Já imaginou, mais uma vez, uma seleção sul-americana, nossa grande rival, ganhando a Copa do Mundo dentro do Maraca?

Tenso!

Mas não foi fácil. Se a Alemanha passeou contra o Brasil na semifinal, teve que suar muito para derrotar os hermanos argentinos na decisão. Inclusive, foi a equipe sul-americana quem teve as melhores chances de abrir o placar durante o tempo normal. Higuaín perdeu uma oportunidade claríssima, frente a frente com Neuer, após recuo errado de Kroos, e depois ainda marcou um gol em impedimento, aos 29 minutos da primeira etapa.

A Alemanha se recompôs e também criou dois lances de perigo. Um com Schürrle, que surpreendentemente entrou em campo no lugar do volante Kramer, lesionado, que forçou boa defesa de Romero em finalização potente, e outro em cabeçada do zagueiro Höwedes, que acertou a trave. No segundo tempo, o jogo deu uma caída. Messi teve grande chance no começo, só que acertou a trave, e, do outro lado, Kroos também arriscou um chute sem sucesso.

Como costuma acontecer em finais de Copa do Mundo, era um jogo mais tenso do que de habilidade e qualidade técnica. O placar de 0 a 0 foi se arrastando e fomos para a prorrogação. O panorama do jogo pouco se alterou, e todos já sentiam aquele "cheirinho" de disputa de pênaltis. Só que é aquela história clichê, mas que é muito verdade: "o futebol é uma caixinha de surpresas". Aos 7 minutos do segundo tempo, o baixinho Götze tornou-se um gigante na história do esporte.

A troca de passes começou ainda no sistema defensivo, com Boateng e Hummels, e chegou a Schweinsteiger, líder do meio de campo alemão, que ajeitou para Schurrle no lado esquerdo do campo. Ele deu um baita pique e, mesmo marcado, lançou para a área. Götze ajeitou com o peito e, sem deixar a bola cair, bateu cruzado na saída de Romero. Um lindo gol para abrir o placar e sacramentar o destino da Copa do Mundo FIFA de 2014.

Que venha a terceira!

Um final épico para uma competição inesquecível. A Copa no Brasil foi considerada, por muitos, a melhor de todos os tempos. Pelo futebol jogado e pela recepção calorosa do público. Para os cariocas e o Maracanã, foi uma jornada que teve as duas cerimônias, de Abertura e Encerramento, e mais seis jogos. Quatro na fase de grupos (Argentina x Bósnia, Espanha x Chile, Bélgica x Rússia e Equador x França) e dois nos playoffs (Alemanha x França e Alemanha x Argentina).

Foi a segunda decisão de Copa do Mundo sediada pelo Maracanã. A outra foi em 1950, com o estádio recém inaugurado, e uma surpreendente vitória do Uruguai sobre o Brasil, por 2 a 1. Somente o Estádio Azteca, no México, também teve essa honra, em 1970 e 1986. E é claro que, depois da "Copa das Copas", como ficou conhecido o Mundial de 2014 no Brasil, a gente já sonha com uma terceira final por aqui, não é mesmo?

 Alemanha vs Argentina
  • Ficha Técnica
  • Alemanha 1 X 0 Argentina
  • Copa do Mundo 2014 - Final
  • Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro-RJ.
  • Data: 13 de julho de 2014, domingo.
  • Horário: 16h (horário de Brasília).
  • Público: 74.738 torcedores.
  • Árbitro: Nicola Rizzoli (ITA).
  • Assistentes: Renato Faverani e Andrea Stefani (ambos ITA).
  • Cartões Amarelos: Schweinsteiger e Howedes (ALE); Mascherano e Aguero (ARG).
  • Gol: Gotze (ALE), aos sete minutos do segundo tempo da prorrogação.
  • Alemanha: Neuer; Lahm, Boateng, Hummels e Howedes; Schweinsteiger e Kramer (Schurrle); Muller, Kroos e Ozil (Mertesacker); Klose (Gotze) Técnico: Joachim Low.
  • Argentina: Romero; Zabaleta, Demichelis, Garay e Rojo; Mascherano, Biglia, Enzo Pérez (Gago) e Messi; Lavezzi (Aguero) e Higuaín (Palacio) Técnico: Alejandro Sabella.

Vasco 0 x 0 Palmeiras

Vasco ganhou o Brasileirão de 97 com campanha animal de Edmundo.


1997

Para muitos brasileiros, especialmente torcedores do Vasco da Gama, Edmundo deveria ter sido eleito o melhor jogador do mundo em 1997. E muito disso é pelo que ele jogou na campanha do Cruzmaltino no título brasileiro daquele ano. A decisão, contra o Palmeiras, não chegou a ser empolgante. Longe disso. Nem em São Paulo, nem no Rio de Janeiro. Ambos os jogos terminaram em 0 a 0, inclusive. Mas a campanha é inesquecível para o vascaíno. Ainda mais por ser a precursora do grande título da história do clube, a Libertadores de 1998.

O que o Vasco de Edmundo fez em 1997 foi incrível. Liderou a fase de pontos corridos do Brasileirão, com 54 pontos, em um campeonato com 26 clubes. Foram 17 vitórias, 3 empates e só 5 derrotas em 25 partidas. Na segunda fase, teve pela frente Flamengo, Juventude e Portuguesa no Grupo A. Ganhou 4 jogos e empatou 2, classificando-se para a final com tranquilidade. Nessa campanha, destaque para a goleada por 4 a 1 sobre o arquirrival Flamengo, com 3 gols dele, Edmundo, que batia o recorde de gols em uma edição do Brasileirão: 29.

Restava apenas a final. Só que do outro lado estava o Palmeiras, que na segunda fase, enfrentou um grupo teoricamente mais forte, com Santos, Internacional e Atlético-MG, e se classificou com uma campanha melhor do que a do Vasco, com 5 vitórias e 1 empate. Só que a vantagem do empate na final era de quem tinha os melhores resultados na primeira fase - o que dava esse benefício ao Vasco, primeiro colocado, enquanto o Palmeiras ficou em sétimo.

E após a primeira partida da final, no Morumbi, o Cruzmaltino ficou ainda mais confiante. Isso porque o Palmeiras não conseguiu marcar um gol sequer, mesmo com Alex, Zinho, Viola e companhia. O placar ficou no 0 a 0, o que deixava para o Verdão toda a pressão de fazer o resultado no segundo confronto. Afinal, se ele terminasse também empatado, a taça do Brasileirão de 1997 ficaria no Rio de Janeiro. Mas os vascaínos corriam o risco de ficar sem Edmundo para o jogo.

O que aconteceu é que o jogador levou um cartão amarelo em São Paulo. Seria o seu terceiro, que o deixaria de fora da partida por suspensão automática. Só que a comissão técnica do Vasco teve a ideia de fazer com que ele fosse expulso, para ser julgado durante a semana e, caso fosse absolvido, poder jogar. Então, o Animal, do banco de reservas, xingou o árbitro e tomou o cartão vermelho. A estratégia deu certo. Sua pena foi suspensa e ele entrou em campo no Rio.

A pena é só que o placar, novamente, não fez jus ao futebol das duas equipes na competição. Principalmente do Vasco, que terminou a competição com 69 gols a favor - 29 deles de Edmundo. Foi até um bonito jogo no Maraca, cheio de boas chances de ambos os lados, porém a bola teimava em não entrar. O próprio Edmundo meteu bola no travessão em cobrança de falta, Ramon desperdiçou boa cabeçada e o Palmeiras, que atacou mais, por precisar do resultado, desperdiçou uma série de oportunidades , com Viola, Euller, Alex...

Até a derradeira, aos 44 minutos, quando Pimentel acertou belo cruzamento e o atacante Oséas testou forte, mas não conseguiu vencer Carlos Germano. Ali, o torcedor vascaíno sabia que a pressão palmeirense não deria em nada. Era a hora de soltar o grito de "É campeão!". Pela terceira vez (a primeira foi em 1974 e a segunda em 1989), o Club de Regatas Vasco da Gama sagrava-se campeão brasileiro de futebol.

E os vascaínos mal sabiam que no ano seguinte ainda conquistariam a América, ao vencer a Libertadores de 98 no ano de seu centenário...

Vasco vs Palmeiras
  • Ficha Técnica
  • Vasco 0 X 0 Palmeiras
  • Data: 21/12/1997.
  • Local: Maracanã
  • competição: Campeonato Brasileiro de 1997.
  • Público: 89.200.
  • Árbitro: Sidrack Marinho.
  • Vasco: Carlos Germano, Válber, Odvan, Mauro Galvão e Felipe. Luisinho, Nasa, Juninho Pernambucano (Pedrinho) e Ramon. Edmundo e Evair (Nélson). Técnico: Antônio Lopes.
  • Palmeiras: Veloso, Pimentel, Roque Júnior, Cléber e Júnior. Galeano (Marquinhos), Rogério, Alex (Oséas) e Zinho. Euller e Viola (Cris). Técnico: Luís Felipe Scolari.
  • Observações: Escolher jogos inesquecíveis de clubes no Maracanã é uma tarefa árdua. Por isso, escolhemos um de cada equipe grande do Rio de Janeiro para representar as suas gigantescas histórias no estádio.

Botafogo 2 (3) x 2 (1) Penãrol

Glorioso venceu título internacional no Maraca 1993.


1993

O ano de 1993 não parecia ser dos melhores para o Botafogo. Após perder a final do Campeonato Brasileiro de 1992 para o grande rival, Flamengo, o Alvinegro ainda viu alguns de seus grandes talentos deixarem o clube entre as temporadas. No Brasileirão, a equipe venceu só dois jogos dos 14 disputados e só não foi rebaixada por conta da proteção dada aos clubes dos grupos A e B pelo regulamento. Mas, em um universo paralelo, estava a Copa Conmebol, importante torneio da América do Sul, semelhante ao que hoje é a Copa Sul-Americana..

E neste realidade alternativa, o Botafogo alimentava esperanças de dar uma guinada no seu ano. Tudo começou de forma despretensiosa. Nem mesmo a torcida parecia se importar muito com o campeonato no começo dele. O primeiro desafio do Glorioso na competição, contra o Bragantino, foi disputado em Caio Martins diante de apenas 109 pagantes. Algo que é quase inimaginável. Mas o Fogão venceu por 3 a 1, e fora de casa fez 3 a 2 para sacramentar a classificação.

Na fase seguinte, a presença da galera já aumentou bastante. Foram mais de 4 mil pessoas no segundo jogo contra os venezuelanos do Caracas. Novamente, foram duas vitórias do Fogo: 1 a 0 fora e 3 a 0 em casa. Aí chegou a semifinal contra o Galo, e os mineiros fizeram 3 a 1 com tranquilidade em Belo Horizonte. Só que o time carioca não desistiu, lutou bravamente e ganhou o jogo de volta, no Caio Martins, por 3 a 0.

O surpreendente Botafogo, então, estava na final da Copa Conmebol contra um dos maiores tradicionais da América do Sul, o Peñarol, cinco vezes campeão da Libertadores da América. E mesmo jogando no Estádio Centenário, no Uruguai, nada de inferioridade. O Alvinegro saiu de lá com um empate, em 1 a 1, e voltou para o Rio de Janeiro necessitando apenas de uma vitória simples para garantir a taça.

Mas "tem coisas que só acontecem no Botafogo", não é mesmo? O Peñarol chegou aqui e abriu o placar ainda aos 35 do primeiro tempo. As quase 45 mil pessoas presentes (que diferença para os 109 do primeiro jogo) pareciam não querer acreditar no que estava acontecendo. Especialmente quando o primeiro tempo acabou com o placar ainda 1 a 0 para os uruguaios. Um misto de decepção e tensão estava no ar.

Mas "tem coisas que só acontecem no Botafogo", não é mesmo? No último minuto, Otero empatou para o Peñarol. Foi um duro golpe nos Alvinegros. Em campo e na torcida. O título, que estava garantido, agora ficava em dúvida. Iríamos, portanto, para o que os torcedores mais temem em um jogo decisivo de futebol: a disputa de pênaltis. E, claro, com vantagem psicológica para os uruguaios. Especialmente porque Sinval perdeu o primeiro pênalti do time carioca.

Mas "tem coisas que só acontecem no Botafogo", não é mesmo? Logo em seguida, Ferreyra também perdeu para o Peñarol .Então, tudo mudou. Suélio, Perivaldo e André Santos converteram todas as cobranças do Alvinegro, enquanto o time do Uruguai só marcou com Da Silva. Gutiérrez e De los Santos desperdiçaram suas penalidades e, enfim, os botafoguenses puderam comemorar o primeiro e único título internacional oficial do clube.

 Botafogo vs Peñarol
  • Ficha Técnica
  • Botafogo 2 X 2 Penãrol
  • Local: Estádio Jornalista Mário Filho (Maracanã).
  • Data: 30 de setembro de 1993.
  • Competição: Copa Conmebol Sul-Americana – 2º jogo da Final.
  • Renda: Cr$ 8.585.800,00 / Público: 45.000 (26.276 pagantes).
  • Árbitro: Francisco Lamolina (ARG).
  • Gols: Bengoechea aos 35/1ºT; Eliel aos 7/2oT, Sinval aos 22/2ºT e Otero aos 46/2ºT Pênaltis: Botafogo 3-1 Peñarol (Suélio, Perivaldo e André Santos para o Botafogo; Da Silva para o Peñarol)
  • Botafogo: William Bacana, Perivaldo, André Santos, Cláudio Henrique e Clei (Eliomar); Nélson, Suélio, Marcelo Costa e Aléssio (Marcos Paulo), Sinval e Eliel. Técnico: Carlos Alberto Torres.
  • Peñarol: Rabajda, Tais, Gutiérrez, De Los Santos e Da Silva; Baltierra, Perdomo (Ferreyra), Bengoechea (Rehermann) e Dorta; Otero e Rodríguez. Técnico: Gregorio Pérez.

Brasil 2 x 0 Uruguai

Romário deu show em 1993 e garantiu o Brasil na Copa dos Estados Unidos.


1993

"O jogo contra o Uruguai vai ser uma guerra. Vim para ganhar. Vou classificar o Brasil para a Copa do Mundo".

Qual seria o único jogador capaz dessa declaração antes de um jogo que definiria se a Seleção disputaria uma Copa do Mundo? Só o Baixinho mesmo. Com essa marra que lhe é peculiar, Romário era o centro das atenções no Maracanã naquele 19 de setembro de 1993. Após quase um ano afastado da seleção brasileira, por reclamar de ficar no banco, ele estava de volta. E que volta, peixe!

Se você não viveu esse momento, imagine o cenário. Última rodada do Grupo B das Eliminatórias para Copa do Mundo de 1994. Correndo risco de ficar de fora do Mundial se perdesse, o Brasil recebia o Uruguai, que venceu a Seleção duas vezes no ano anterior em amistosos. Era necessário um herói para conduzir essa equipe rumo ao Estados Unidos. E ele era o camisa 11, que tanto queria ser protagonista.

Com mais de 101 mil pagantes, o Maraca pulsava. Logo em de seus primeiros toques na bola, Romário já deu um balão em um adversário. Pouco depois, meteu uma bola no travessão de Siboldi. Em seguida, deu uma caneta e bateu de biquinho, mas a bola foi, caprichosamente, para fora. O Brasil jogava fácil, criava e dominava amplamente a partida. Só que os gols não saíam. O primeiro tempo terminou em 0 a 0, aumentando a tensão no estádio.

Só que na segunda etapa a genialidade do Baixola e de seus companheiros foi recompensada. Aos 26 minutos, Bebeto foi lançado pela esquerda e cruzou na medida para Romário se agigantar e cabecear forte, para o chão, sem defesa para o arqueiro celeste. Brasil 1 a 0, para explosão do Maraca, que nem sabia que o melhor ainda estava por vir. Foi quando Mauro Silva roubou a bola no meio-campo e lançou para o camisa 11.

Em um lance de muito recurso, Romário fintou o goleiro Siboldi, que ficou no chão sem nada poder fazer a não ser ver o Baixinho tocar a bola para o fundo da rede e decretar o resultado final. Brasil 2 a 0. Vaga garantida na Copa, que seria vencida por aquela mesma Seleção, comandada pelo mesmo polêmico atacante, encerrando um jejum de 24 anos sem o título mundial.

Brasil vs Uruguai
  • Ficha Técnica
  • Brasil 2 X 0 Uruguai
  • Data: 19 de setembro de 1993.
  • Local: Maracanã (Rio de Janeiro).
  • Público: 101.670 pagantes.
  • Árbitro: Alberto Tejada Noriega (Peru).
  • Gols: Romário, aos 26' e aos 38' do segundo tempo.
  • Brasil: Taffarel; Jorginho, Ricardo Rocha, Ricardo Gomes e Branco; Mauro Silva, Dunga, Raí e Zinho; Bebeto e Romário. Técnico: Carlos Alberto Parreira.
  • Peñarol: Siboldi; Canals (Adrián Paz), Herrera, Kanapkis e Méndez; Dorta, Batista, Gutiérrez e Francescoli (Zalazar); Fonseca e Rubén Sosa. Técnico: Ildo Maneiro.

Fluminense 0 x 0 Vasco da Gama

Empate com rival coroou título brasileiro do aguerrido Fluminense de 1984.


1984

Quando foi iniciado o Campeonato Brasileiro de 1984, o grande favorito não era o Fluminense, mas sim o Flamengo, que era o atual bicampeão e tinha ganho 3 dos últimos quatro nacionais (1981, 1982 e 1983). O próprio Vasco da Gama, com Roberto Dinamite, era mais cotado, por muitos, do que o Tricolor das Laranjeiras. Mas Carlos Alberto Parreira, com a dupla conhecida como Casal 20, Washington e Assis, e o paraguaio Romerito, transformou essa realidade a cada partida. Aguerrido, o Flu surpreendeu a todos e levantou a taça.

Na primeira fase, o Flu ficou no Grupo C, com Santos, ABC, Ferroviário e Confiança. Venceu cinco jogos, empatou dois e perdeu só um. Na segunda, pegou Goiás, São Paulo e Bahia, com três vitórias, dois empates e uma derrota. Resultados bem positivos e que garantiram o time na fase-final, o popular mata-mata. Nas quartas, após um tropeço em 2 a 2 com o Coritiba, aplicou 5 a 0 no jogo de volta. Nas semis, fez 2 a 0 no Corinthians e jogou pelo 0 a 0 na segunda partida.

Então, chegou a grande decisão. Uma partida de parar o Rio de Janeiro. Ou melhor, duas. Era o Fluminense, do Casal 20 e Romerito, contra o Vasco de Dinamite. Em dois confrontos separados por apenas três dias: 24 e 27 de maio de 1984. O clima na cidade era de expectativa em torno da final. O Tricolor buscava seu primeiro título do Campeonato Brasileiro desde que ele foi criado, em 1971 (venceu a Taça de Prata em 1970), e o Vasco, campeão em 1974, tentava o bi.

No primeiro jogo, deu Flu. Com mais de 63 mil torcedores pagantes no Maracanã, a equipe das Laranjeiras derrotou o Vasco por 1 a 0, com gol de Romerito. Por isso, os tricolores levaram a vantagem do empate para partida de volta. A confiança, claro, era grande. E o público foi mais do que o dobro do primeiro confronto. No dia 27 de maio, havia mais de 128 mil pagantes no estádio. Jogando com o regulamento debaixo do braço, Parreira armou um esquema tático para anular a criação do Vasco e sair no contra-ataque.

Precisando do resultado, o Cruzmaltino foi para cima, comandado por Roberto Dinamite. Só que sempre batia de frente com um parredão intransponível formado pela defesa tricolor e seu goleiro, Paulo Victor. Foi uma defesa dele, já no fim do segundo tempo, que fez com que a torcida do Flu, enfim, soltasse o grito de campeão. Arturzinho recebeu belo passe, invadiu a área e finalizou, mas o arqueiro tricolor salvou de forma espetacular, com os pés. Antes do apito final, Washington e Assis ainda tiveram boas chances, mas não marcaram.

Nem precisava. O 0 a 0 foi o bastante. Flu, campeão brasileiro de futebol de 1984.

Fluminense vs Vasco da Gama
  • Ficha Técnica
  • Fluminense 0 X 0 Vasco da Gama
  • Local: Maracanã (Rio de Janeiro).
  • Data: 27/05/1984.
  • Árbitro: Romualdo Arpi Filho (SP).
  • Renda: Cr$ 638.160.000,00.
  • Público: 128.781 pagantes.
  • Cartões Amarelos:Roberto Dinamite, Romerito, Daniel González, Aldo, Mário e Jandir.
  • FFC: Paulo Victor; Aldo, Duílio, Ricardo e Branco; Jandir, Delei e Assis; Romerito, Washington e Tato. Técnico: Carlos Alberto Parreira.
  • CRVG: Roberto Costa; Edvaldo, Ivan, Daniel González e Aírton; Pires, Arturzinho e Mário; Mauricinho, Roberto Dinamite e Marquinho. Técnico: Edu Coimbra.
  • Observações: Escolher jogos inesquecíveis de clubes no Maracanã é uma tarefa árdua. Por isso, escolhemos um de cada equipe grande do Rio de Janeiro para representar as suas gigantescas histórias no estádio.

Flamengo 3 x 2 Atlético-MG

Brasileiro de 1980 foi primeira de muitas conquistas do Fla nos anos 80.


1980

A década de 1980 foi especial para o Flamengo. O Rubro-Negro conquistou simplesmente quatro campeonatos brasileiros, uma Libertadores da América e ainda o Mundial Interclubes. E tudo isso começou no dia 1 de junho de 1980. Quando, em uma finalização improvável, aos 37 minutos do segundo tempo, Nunes venceu João Leite e marcou o terceiro gol do time da Gávea sobre o Atlético-MG. O Clube de Regatas do Flamengo sagrava-se, pela primeira vez, campeão brasileiro.

Foi uma temporada irretocável. Na primeira fase, o time venceu 5 de 7 jogos. Empatou um e perdeu o outro. Na segunda, foram 4 vitórias e 2 empates em 6 partidas. Na terceira, novamente, a invencibilidade: duas vitórias e um empate, que garantiram a equipe nas semifinais, contra o Coritiba. O Rubro-Negro venceu os dois jogos, por 2 a 0 e 4 a 3, e foi à final contra o Galo, que eliminou o Internacional nas semis e havia perdido só duas vezes na competição. Ou seja, era um duelo, realmente, entre os melhores times do país no momento.

Era o Flamengo de Zico contra o Atlético de Reinaldo. E quem começou melhor foi o artilheiro do Galo. O primeiro jogo da final foi em Belo Horizonte, e o time da casa venceu por 1 a 0, com gol do atacante. Se quisesse conquistar a taça do Brasileirão pela primeira vez na sua história, precisaria, pelo menos, devolver o placar. Ou seja, vencer o duelo, no Maracanã, por um gol de diferença. Afinal, teve melhor campanha nas semis e, por isso, tinha a vantagem do empate na soma dos resultados.

Por isso, o Rubro-Negro foi para cima com tudo, e logo aos 7 minutos abriu o placar com Nunes. Zico deu lindo passe, em profundidade, e deixou o João Danado na cara do gol, aproveitando o posicionamento em linha da defesa do Galo. O centroavante tirou do goleiro e correu para o abraço. A explosão foi tão grande que o Flamengo se desconcentrou. No minuto seguinte, Reinaldo, sempre ele, empatou. E foi um galo. Ele recebeu a bola na área, tirou de três marcadores, ajeitou o corpo e bateu para fazer 1 a 1 e calar o Maracanã.

E esse susto acabou deixando o Flamengo, novamente, ligado no jogo. Zico e companhia partiram com tudo para cima do Galo, que também assustava nos contra-ataques. Ficou uma partida lá e cá, imprevisível, como era de se esperar. Até que, aos 44 minutos da primeira etapa, Zico aproveitou chute mascado de Júnior, que sobrou na área, para fuzilar no gol de de João Leite. Só que o jogo estava longe de ser decidido. A segunda etapa ainda reservava muitas emoções.

Nos primeiros minutos, Reinaldo sentiu, e a torcida do Mengo se encheu de esperança. Tanto que começou até a provocar o centroavante do galo, chamando-o de bichado. Só que isso teve o efeito contrário. Ele não só seguiu em campo, com dores e tudo, como ainda empatou o jogo de novo, aos 21, em chute rasteiro indefensável para Raul. Só que, um tempo depois, Reinaldo, que já tinha cartão amarelo, foi expulso após passar na frente do goleiro rubro-negro que ia cobrar um tiro de meta.

Com um a mais, o Flamengo voltou ao ataque e, de tanto insistir, conseguiu o gol que precisava. Aos 37 minutos, num lance genial, Nunes entortou Silvestre e finalizou com categoria, mesmo sem ângulo, para colocar 3 a 2 no placar e, dessa vez, fazer a torcida rubro-negra explodir com razão. Não teria mais Reinaldo. Não teria mais empate. O título brasileiro estava garantido. Ainda mais com as expulsões de Palhinha e Chicão em seguida. Os craques em campo e os 150 mil torcedores no Maraca mereciam. E era apenas o começo de uma década de ouro para o Fla.

Flamengo vs Atlético-MG
  • Ficha Técnica
  • Flamengo 3 X 2 Atlético-MG
  • Data: 01 de junho de 1980.
  • Local: Maracanã (Rio de Janeiro).
  • Competição: Campeonato Brasileiro de 1980.
  • Público: 154.355 torcedores.
  • Árbitro: Romualdo Arpi Filho (SP).
  • Gols: Nunes-FLA, aos 07´, Reinaldo-CAM, aos 8´, e Zico-FLA, aos 44´ do 1º T; Reinaldo-CAM, aos 21´, e Nunes-FLA, aos 37´ o 2º T.
  • Clube Regatas Flamengo: Raul; Toninho, Manguito, Marinho e Júnior; Andrade, Carpegiani (Adílio) e Zico; Tita, Nunes e Júlio César. Técnico: Cláudio Coutinho.
  • Clube Atlétco Mineiro: João Leite; Orlando (Silvestre), Osmar, Luisinho (Geraldo) e Jorge Valença; Chicão, Toninho Cerezo e Palhinha; Pedrinho, Reinaldo e Éder. Técnico: Procópio Cardoso.
  • Observações: Escolher jogos inesquecíveis de clubes no Maracanã é uma tarefa árdua. Por isso, escolhemos um de cada equipe grande do Rio de Janeiro para representar as suas gigantescas histórias no estádio.

Brasil 1 x 0 Paraguai

Maior público pagante da história do Maraca foi nesse jogo, em 1969.


1969

A final da Copa do Mundo de 1950 foi o maior público oficial do Maracanã, com quase 200 mil pessoas. No entanto, os pagantes foram "somente" cerca de 174 mil. O recorde de pessoas pagando ingressos para uma partida de futebol nesse estádio foi Brasil 1 x 0 Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1970. O confronto disputado no dia 31 de agosto de 1969 reuniu 183.341 pagantes.

Foi uma partida dura, com o Paraguai marcando muito, e o Brasil encontrando dificuldades para atacar. Se nos outros jogos das Eliminatórias, a equipe venceu com naturalidade e até certa tranquilidade, dessa vez foi no sufuco. Porém, quando você tem um time com craques como Jairzinho, Tostão e Pelé, em algum momento essa oportunidade vai aparecer. Nem que seja numa bola rebatida.

Após muito insistir, a Seleção conseguiu abrir o placar com o Rei Pelé. Aos 23 minutos do segundo tempo, Edu invadiu a área paraguaia pela esquerda e bateu forte, cruzado. Aguilera defendeu, mas não segurou. Quando ele espalmou para o meio da área, a bola sobrou limpinha para Pelé, que apareceu como uma flecha, em alta velocidade, e soltou o pé para estufar a rede. Brasil 1 x 0, placar final.

Até então, a Seleção Brasileira tinha vencido os cinco jogos anteriores nas Eliminatórias. O Paraguai estava colado, com quatro vitórias e uma derrota, justamente para o Brasil, em Assunção. À época, uma vitória valia dois pontos, e, por isso, a Albirroja poderia empatar no número de pontos com os brasileiros e forçar um jogo extra na briga por uma vaga na Copa do Mundo de 1970.

Com essa vitória apertada, porém, o Escrete Canarinho carimbou o seu passaporte para o Mundial, onde a Seleção viria a fazer história. Pelé e companhia conquistaram lá o terceiro título mundial para os brasileiros, jogando um futebol alegre e encantador, que muitos consideram, até hoje, um dos maiores, senão o maior, de todos os tempos.

Brasil vs Paraguai
  • Ficha Técnica
  • Brasil 1 X 0 Paraguai
  • Data: 31 de agosto de 1969.
  • Competição: Eliminatórias da Copa do Mundo.
  • Local: Maracanã, Rio de Janeiro.
  • Árbitro: Ramon Barreto (Uruguai)
  • Gol: Pelé.
  • Brasil: Félix, Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Joel Camargo e Rildo; Piazza, Gérson e Jairzinho; Tostão, Pelé e Edu. Técnico: João Saldanha.
  • Paraguai: Aguilera, Isidro, Bobadilla, S. Rojas e Mendoza; Sosa, Ocampos; Ivaldi (Valdez), P. Rojas, B. Ferreira e J. Jiménez. Técnico: Jose Maria Rodriguez.

Brasil 1 x 2 Uruguai

Uruguai surpreendeu o mundo na primeira final de Copa no Maraca em 1950.


1950

O Maracanã foi construído para a Copa do Mundo de 1950. E, claro, a expectativa era de que o Brasil conquistasse o título do torneio de futebol mais importante do planeta, pela primeira vez, em casa. Tudo parecia caminhar para um desfecho positivo durante a campanha

Na primeira fase, goleada no México, vitória contra a Iugoslávia e um empate contra a Suíça. As vitórias vieram no Maraca, com 81 mil e 142 mil presentes. O tropeço foi diante de 42 mil torecdores no Pacaembu, mas não impactou em nada a classificação do Brasil para o Quadrangular Final.

ANovamente, a Seleção voltou ao Maracanã - e deu show. Fez simplesmente 7 a 1 na Suécia e 6 a 1 na Espanha. Um rolo compressor comandado por Ademir e Zizinho. Na última rodada, um empate contra o Uruguai estaria de bom tamanho. Um Uruguai que empatou em 2 a 2 com a Espanha e sofreu para fazer 3 a 2 na Suécia, com um gol aos 40 do segundo tempo.

Chegou o grande dia, e o Brasil era amplo favorito. Quando Friaça abriu o placar, então, os quase 200 mil torcedores presentes ao Maracanã sentiram aquela certeza de que sairíam dali com o título. Só que o futebol prega peças. Entre os 21 e os 34 minutos do segundo tempo, tudo mudou.

O Uruguai empatou, com Schiaffino, e depois virou, com Ghiggia. Um baque enorme, do qual o Brasil não conseguiria se recuperar. Estava criado ali o Maracanazzo. Uma grande decepção, sim, mas um jogo histórico. Afinal, foi a primeira final de Copa do Mundo disputada no nosso país, na nossa cidade, no nosso estádio.

Algo que pouquíssimos estádios ao redor do mundo tiveram o privilégio de vivenciar. Especialmente por duas ocasiões, como viria acontecer com o Maraca em 2014. Mas até hoje, quem viveu ou conhece a história de 1950, é claro, fica com aquela dúvida na cabeça: como é que isso foi acontecer?

Brasil vs Uruguai
  • Ficha Técnica
  • Brasil 1 X 2 Uruguai
  • Local: Maracanã, Rio de Janeiro.
  • Data: 16 de julho de 1950.
  • Público: 199.854
  • Árbitro: George Reader (ING)
  • Gols: Friança (BRA) aos 47', Schiaffino (URU) aos 66' e Ghiggia (URU) aos 79'.
  • Brasil: Barbosa; Augusto e Juvenal; Bauer, Danilo e Bigode; Friaça, Zizinho, Ademir, Jair e Chico. Técnico: Flávio Costa.
  • Uruguai: Máspoli; Matías Gonzalez e Tejera; Gambetta, Varela e Rodríguez Andrade; Ghiggia, Julio Perez, Miguez, Schiaffino e Morán. Técnico: Juan Lopez.